
Os trabalhadores que aderiram ao chamado “saque-aniversário” do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e foram demitidos entre janeiro de 2020 e 28 de fevereiro de 2025, já podem consultar quanto terão a receber nos próximos dias.
Na semana passada, o governo decidiu editar a MP 1290/2025 que liberou, em caráter extraordinário, além da multa rescisória, o valor disponível nas contas do FGTS do trabalhador que cumpra as exigências – ser optante pelo sistema de saque-aniversário, tenha sido demitido sem justa causa entre 20 de janeiro de 2020 e 28 de fevereiro de 2028 e ter saldo em sua conta do FGTS.
A liberação do FGTS, que será feita nos dias 6, 7 e 8 de março e em meados de julho, beneficia 12,1 milhões de trabalhadores, vai injetar cerca 12 bilhões de reais na economia brasileira neste ano e acontece em um momento de alta da inflação, principalmente de alimentos, e da queda da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para saber quanto irá receber, o trabalhador pode consultar o extrato de suas contas do FGTS no aplicativo que pode ser baixado em smartphones, notebooks e PCs. Valores de até R$ 3 mil serão depositados a partir de 6 de março, e o excedente (para quem possui), a partir de 17 de junho.
Os recursos serão creditados automaticamente na conta cadastrada no aplicativo do FGTS. Os valores podem também ser sacados com cartão cidadão e senha nas lotéricas e nos terminais de caixa eletrônico do banco.
Caso o trabalhador não tenha o cartão cidadão, é necessário procurar uma agência da Caixa portando documento pessoal e carteira de trabalho para sacar qualquer valor. As pessoas poderão consultar se tem direito ao saque nas agências da Caixa, por meio do 0800 726 0207, na ppção “FGTS”; ou via App FGTS, opção “Informações Úteis”.
No ano que antecede às eleições gerais, o governo parece disposto a pagar qualquer preço para melhorar a popularidade do presidente Lula. Mas, o efeito de medidas como a liberação do FGTS pode ser bem ruim em um país que se recusa a fazer mudanças estruturais.
Está claro que injetar R$ 12 bilhões adicionais na economia neste ano vai estimular a atividade econômica – principalmente o comércio varejista, por conta de mais recursos circulando. A questão é que o aumento do consumo pressiona a inflação e obriga o Banco Central a aumentar ainda mais a taxa de juros.
Como sabemos, a combinação de inflação descontrolada e taxas de juros nas alturas (gerando desemprego, queda do poder aquisitivo e redução do crédito) tem nome: RECESSÃO e cada medida populista nos aproxima um pouco mais dela.
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