
Mais de trinta dias depois do colapso da ponte Juscelino Kubistchek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), as diversas esferas de governo seguem sem conseguir responder de forma eficiente aos desafios postos pela tragédia e colocam em risco o futuro das duas cidades e da região.
Um dos problemas graves diz respeito ao transporte de carros e passageiros entre as duas cidades. Com o tráfego interrompido, seriam necessárias pelo menos 4 balsas para fazer a travessia, mas os governos dos dois estados foram incapazes de viabilizar esse tipo de transporte.
O governo do Tocantins e a Prefeitura de Aguiarnópolis só conseguiram colocar em operação dez barcos, cada um com capacidade para transportar de cinco a oito passageiros, das 5h às 19h, gratuitamente. Mas a gratuidade está prevista para durar apenas 30 dias.
Com a queda da ponte, para transitar entre os dois estados, os motoristas precisam pegar rotas alternativas, porque a empresa de navegação contratada inicialmente para fazer o transbordo teve o contrato suspenso por estar proibida de realizar contratos com a União.
Na semana passada, uma nova empresa foi autorizada a fazer a travessia de veículos pesados. Por meio de nota, a empresa LN Moraes Logística Ltda, autorizada para o serviço no local pela Agência Nacional de Transporte Aquaviários (Antaq), informou que as balsas estão em deslocamento para a região do Rio Tocantins e a operação está prevista para iniciar em "até 30 dias".
Incapaz de retirar os contêiners com produtos contaminantes do fundo do Tocantins, o governo federal chegou a expedir nota recomendando que a água do não seja usada pela população das cidades ribeirinhas, aumentando a tensão na região.
Por outro lado, diversas empresas estão mudando suas operações para cidades próximas, como Balsas (MA), por exemplo. A desistalação de empreendimentos aumenta a crise econômica na região e provoca desemprego em massa.
Associações de moradores e de comerciantes buscam na Justiça conseguir algum benefício, noa moldes daqueles que foram oferecidos aos moradores do Rio Grande do Sul, vítimas da enchente do rio Guaíba, no início de 2024.
Enquanto a Justiça tarda e diante da letargia dos governos federal e estaduais, Aguiarnópolis e Estreito começam a definhar.
Tragédia na ponte
A ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que ligava os estados do Maranhão e Tocantins pela BR-226, desabou no fim da tarde do dia 22 de dezembro de 2024. Na ocasião, três veículos de passeio, três motocicletas e quatro caminhões que trafegavam na ponte caíram no rio, com 18 pessoas, ao todo.
Das 17 pessoas desaparecidas com a queda da ponte, 14 foram localizadas. As buscas pelos desaparecidos continuam a ser realizadas com a utilização de embarcações e drones aéreos. Já os mergulhos foram suspensos em razão do aumento no volume da vazão do Rio Tocantins devido à abertura das comportas da usina hidrelétrica de Estreito.
Ainda estão desaparecidos Salmon Alves Santos, de 65 anos, e Felipe Giuvannuci Ribeiro, 10 anos, avô e neto, respectivamente, e Gessimar Ferreira da Costa, de 38 anos.
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