
Exatos 93 anos atrás, as mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar. Em 24 de fevereiro de 1932, através do Decreto 21.076, o então presidente Getúlio Vargas instituiu o Código Eleitoral, no rastro da Revolução de 30, e garantiu o direito ao voto para as mulheres.
A luta das mulheres pelo direito de votar e serem votadas, de serem reconhecidas como cidadãs plenas, havia começado desde meados do Século XIX, com os movimentos sufragistas na Europa e EUA.
Na década de 1920, o movimento feminista ganhou força no Brasil, tendo à frente a professora Maria Lacerda de Moura e a bióloga e diplomata Bertha Lutz, que fundaram a Liga para a Emancipação Internacional da Mulher – um grupo de estudos cuja finalidade era a luta pela igualdade política das mulheres.

Mais tarde, Bertha Lutz criou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, considerada a primeira sociedade feminista brasileira. Essa organização tinha como objetivos básicos: "promover a educação da mulher e elevar o nível de instrução feminina; proteger as mães e a infância; obter garantias legislativas e práticas para o trabalho feminino; auxiliar as boas iniciativas da mulher e orientá-la na escolha de uma profissão; estimular o espírito de sociabilidade e cooperação entre as mulheres e interessá-las pelas questões sociais e de alcance público; assegurar à mulher direitos políticos e preparação para o exercício inteligente desses direitos; e estreitar os laços de amizade com os demais países americanos.
A primeira eleição com voto feminino aconteceu em 3 de maio de 1933, para eleger as Assembleia Nacional Constituinte de 1934. De lá para cá, os avanços são inegáveis no que diz respeito à participação feminina na política e em todas as atividades humanas. Ainda que haja muito a conquistar, é preciso reconhecer que muito já foi feito e que Bertha Lutz tinha absoluta razão quando dizia que "recusar à mulher igualdade de direitos em virtude do sexo é negar justiça à metade da população".
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