
Na quinta-feira, 6, dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Pará (Sindsaúde), Sindicato dos Servidores Públicos de Parauapebas (Sinseppar) e Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Pará (Sintepp), que representam os servidores públicos em Parauapebas sentaram, pela primeira vez, diante da nova administração, na chamada Mesa de Negociação, para discutir reajuste salarial e a reunião terminou sem consenso entre as partes, depois que a Prefeitura de Parauapebas propôs 0% de ganho real.
Logo de cara, chamou a atenção de todos a ausência do prefeito Aurélio Goiano (Avante). A representação da Prefeitura de Parauapebas ficou por conta da chefe de gabinete, Joelma Leite.
As surpresas não pararam por aí. É costume a gestão expor a situação financeira e, em seguida, sugerir alguma forma de ganho real, para além da mera reposição das perdas inflacionárias. Desta vez, a Prefeitura foi às negociações sem levar qualquer proposta, a não ser a reposição das perdas inflacionárias dos últimos doze meses e mais nada.
O governo limitou-se a rezar a ladainha segundo a qual “este orçamento não foi elaborado por nós” e “estamos pegando uma cidade cheia de dívidas”, para em seguida propor a reposição de 4,83% para o salário, com base na inflação do período e 7,69% para o vale alimentação, considerando o índice da chamada “inflação de alimentos”. 12,52% no total, com absolutamente nada de ganho real.

Os negociadores indicados pelos sindicatos criticaram duramente a proposta do governo municipal e propuseram, então, reposição inflacionária mais 2,67%, perfazendo 7,65%, com base na valorização do salário mínimo, e vale alimentação de R$ 1,5 mil, o que corresponde a 15% de reajuste. 22,65% no total.
Ao fim e ao cabo, ficou estabelecido que uma nova reunião acontecerá na próxima sexta-feira, 14 de fevereiro. A Administração Municipal conseguiu ganhar uma semana para analisar a proposta. Caso se disponha a negociar, deve apresentar uma proposta inferior à pedida dos sindicatos.
A bola, então, passará aos sindicatos que terão que decidir qual o curso de ação que tomarão.
No fundo, nesta negociação, “quem pode mais, chora menos”.
Caberá ao governo refletir se quer chegar “às vias de fato” e correr o risco de enfrentar uma greve que torne ainda piores os serviços públicos; e caberá aos sindicatos, caso decidam rejeitar a proposta do governo - e articular uma greve, por exemplo – avaliar com cuidado se têm capacidade de mobilizar a categoria e se conseguem ganhar a simpatia da população que, em sua maioria, elegeu a atual administração.
Será interessante acompanhar os desdobramentos dessa negociação, enquanto a sociedade espera que, de todas essas idas e vindas, resulte a melhoria dos serviços públicos que financia através de uma das maiores cargas tributárias do planeta.
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