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Presa mãe de santo que torturava e explorava menores. "Me tratava como cachorro", diz vítima

Hayra Lopes - Tortura e exploração de menores em centro de umbanda no DF
Hayra Lopes - Tortura e exploração de menores em centro de umbanda no DF

Uma história que mistura manipulação, exploração sexual e violência, talvez mais adequada para enredo de novela, está se desenrolando em Brasília (DF). Uma mãe de santo está presa, acusada de tortura, exploração sexual e cárcere privado. Entre as vítimas, uma adolescente de 17 anos, que apresenta queimaduras de terceiro grau nas mãos e na língua, hematomas na cabeça e teve o cabelo cortado à força.


A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), divulgou na segunda-feira, 10, a prisão de Hayra Vitória Pereira Nunes, 22 anos, mãe de santo envolvida em crimes de tortura, exploração sexual de adolescentes, lesão corporal grave e associação criminosa. A suspeita foi presa, na tarde da última quinta-feira, 6, por equipes de policiais civis lotados na Seção de Atendimento à Mulher (SAM), da 14ª Delegacia de Polícia do Gama, durante a Operação Black Magic, na cidade de Planaltina de Goiás, GO.


Os crimes ocorriam há vários meses no Setor Leste do Gama, cidade-satélite de Brasília (DF), distante 30 quilômetros do Plano Piloto, na Tenda Espiritual Vovó Maria Conga Aruanda, centro de umbanda comandado por Hayra. Lá, ela submetia mulheres e adolescentes a atos de extrema violência física e psicológica, além de explorá-los sexualmente para obter vantagens financeiras. De forma inusitada, Hayra e a família dela residiam na casa onde funcionava o centro de umbanda e tortura.


Provas da violência - Adolescente teve as mãos queimadas por mãe de santo
Provas da violência - Adolescente teve as mãos queimadas por mãe de santo

“No local, uma adolescente sofreu queimaduras graves nas mãos e na língua, além de ter sido agredida com pauladas na cabeça e em outras partes do corpo", diz o delegado responsável pelo caso.


Ainda segundo a PCDF, uma das vítimas fugiu do local no dia 24 de janeiro de 2025, e outra, um adolescente, conseguiu escapar dois dias depois. “Ambos permaneceram escondidos por algum tempo, inclusive pernoitando em um matagal, temendo serem encontrados pela autora dos crimes”, afirma o delegado.


Segundo um menor, quando foi morar no centro de umbanda, a princípio, tudo transcorreu bem. Mas, quinze dias depois, passou a ser constrangido a se prostituir e obrigado a realizar serviços domésticos, com a justificativa de pagar as despesas de moradia.


A partir daí, passaram a ocorrer situações de exploração sexual e o adolescente não recebia os pagamentos pelas atividades que realizava - o dinheiro ia direto para Hayra - e era alvo de seguidos abusos físicos e psicológicos. “Ela agia de má-fé e atraia pessoas em situação de vulnerabilidade para realizar serviços domésticos, explorá-los sexualmente e cometer atos de tortura”, diz o delegado William.


Outra adolescente de 17 anos sofreu vários abusos, incluindo queimaduras graves nas mãos e na língua, além de ter seus cabelos cortados à força e ter sido agredida por Hayra com pauladas na cabeça e em outras partes do corpo. "Eu era tratada como cachorro e ela (Hayra) fazia questão de falar isso”.


De acordo com o delegado, ao ser presa e interrogada pelos investigadores, Hayra não mostrou nenhum arrependimento e não confessou o crime. “Confrontada com as lesões nas vítimas, que são muito graves e chocantes, ela disse que tinha conhecimento, mas não sabe como ocorreu”, acrescentou.


Para o delegado, existe a possibilidade de haver outras vítimas. “Estamos divulgando para ver se alguém tem alguma informação a respeito de outras vítimas. Às vezes, as pessoas ficam com vergonha de vir até a delegacia, mas pode ser feita denúncia anônima”, salientou.


O delegado ressaltou que foi pedida a prisão temporária por 30 dias da autora, podendo ser prorrogada por mais 30 dias. Hayra é acusada de tortura, exploração sexual e cárcere privado.

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