
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) constatou o que toda dona de casa já sabe: o valor da cesta básica aumentou de forma significativa nos últimos doze meses em todo o País e pressiona a inflação no Brasil. A comprovação veio através da Pesquisa Nacional da Cesta Básica, realizada nas 17 maiores capitais brasileiras.
O IBGE também demonstrou que os preços de alimentação e bebidas aumentaram em dezembro no País pelo quarto mês seguido; e a pressão poderá ser maior se o dólar se mantiver acima de R$ 6.
Assim, a expectativa é que a alta de preços em produtos agropecuários usados na cesta básica pressione a inflação neste ano. Carnes, café e açúcar são os produtos que mais preocupam em 2025. No caso das carnes, a estimativa é que o aumento nos preços alcance 16,6%.
Com uma inflação resistente e em expansão, o governo Lula sempre opta por elevar as taxas de juros, o que acaba inibindo novos ivestimentos e ameaça lançar o País em uma espiral inflacionária.
Os dados do DIEESE, divulgados na quarta-feira (8), mostram que João Pessoa (11,91%), Natal (11,02%), São Paulo (10,55%) e Campo Grande (10,41%) lideraram as maiores elevações acumuladas entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024. A menor variação foi observada em Porto Alegre, com alta de 2,24%.
Em dezembro de 2024, São Paulo apresentou o maior custo da cesta básica, chegando a R$ 841,29. Florianópolis (R$ 809,46), Porto Alegre (R$ 783,72) e Rio de Janeiro (R$ 779,84) também registraram valores elevados. No outro extremo, Aracaju teve o menor valor, R$ 554,08, seguido por Salvador (R$ 583,89) e Recife (R$ 588,35).
De acordo com o DIEESE, o salário mínimo necessário para atender às necessidades básicas de uma família de quatro pessoas, incluindo alimentação, moradia, saúde, educação e outros, deveria ser de R$ 7.067,68 em dezembro de 2024. Esse valor equivale a 5,01 vezes o salário mínimo em vigor, de R$ 1.412,00.
Em comparação, o mínimo necessário em dezembro de 2023 era de R$ 6.439,62, ou 4,88 vezes o piso vigente na época.
Entre os itens que compõem a cesta básica, seis apresentaram aumento de preços em todas as capitais analisadas. São eles: carne bovina de primeira, leite integral, arroz agulhinha, café em pó, banana e óleo de soja.
A carne bovina, por exemplo, subiu 27,05% em São Paulo, 29,90% em Campo Grande e 28,06% em Fortaleza. Já o café em pó registrou aumento expressivo, com alta de 31,60% na capital paulista e 62,56% em Belo Horizonte. O óleo de soja também subiu em todas as capitais, com variações entre 22,98% em Vitória e 45,63% em Aracaju.
Outros produtos, como pão francês e manteiga, também tiveram altas significativas na maioria das capitais. O preço médio do pão subiu 8,75% em Campo Grande e 7,34% em São Paulo. Já a manteiga teve aumento de até 12,70% em Vitória.
O aumento no custo da cesta básica impactou diretamente o orçamento dos trabalhadores.
Em São Paulo, o tempo médio necessário para adquirir os produtos subiu para 131 horas e 5 minutos da jornada mensal, maior que o registrado em novembro de 2024. Em relação ao salário mínimo líquido, o comprometimento com a cesta passou de 63,42% em novembro para 64,41% em dezembro de 2024.
Os dados reforçam a pressão inflacionária sobre itens essenciais, especialmente em um contexto de alta demanda e instabilidade climática, que dificultaram a oferta de alguns produtos.
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