
Marabá segue presenciando um estranho show midiático que coloca frente a frente o prefeito Toni Cunha (PL) e os vereadores de oposição, que formam a maioria da Câmara Municipal. Cada manifestação de um lado é logo respondida pelo lado oposto, em uma espécie de "briga de comadres" do século XXI, travada através das redes sociais.
Na terça-feira, 18, durante a sessão da Câmara de Marabá, Toni Cunha foi severamente criticado. A vereadora Vanda Américo (União) ressaltou o perfil midiático do gestor. "Tirem o celular da mão desse moço, para ver se ele começa a trabalhar", disse Vanda. A vereadora ainda citou o fato de Cunha andar com "arma na cintura". "Para que isso?", questionou Vanda Américo.
O presidente da Câmara, o quase sempre calmo Ilker Moraes (MDB), demonstrou toda sua irritação com as acusações de Cunha (sem provas, segundo o próprio prefeito) de que "dois ou três" vereadores da oposição, estariam tentando trocar apoio ao governo municipal por cargos e contratos.
"Não é tentando atingir vereador, sem citar nomes, que ele vai resolver o problema de Marabá. Ele precisa vestir calça e virar homem, para ser um político de verdade", disse Ilker Moraes (veja o vídeo ao lado).
Cunha respondeu logo cedo às críticas, como sempre usando suas redes sociais. "O celular ainda está na minha mão e a pistola está na cintura...e estou trabalhando de bermuda", disse o prefeito de Marabá.

Em sua postagem, Toni ainda afirma que "tem canalha que veste calça e muito homem que anda de bermuda".
Nas redes sociais, Toni acumula amplo apoio. São muitos que aplaudem o uso excessivo das redes sociais e a forma um tanto incisiva de falar.
Tanto o conteúdo quanto a forma das manifestações de Toni parecem vir, sem filtro, direto de sua própria cabeça, para delírio de sua claque.
O problema é que a escalada do bate-boca virtual, com suas infinitas réplicas e tréplicas midiáticas, pode levar ao ponto em que as partes já não conseguirão manter sequer a civilidade e quem perde com isso é a sociedade marabaense.
Mantendo esse perfil agressivo e jocoso, Toni terá que governar Marabá na base do "erro zero". Diante de qualquer deslize, seu ou de seus auxiliares, o prefeito de Marabá não vai contar com a menor condescendência da maioria da Câmara Municipal e poderá ter sérios problemas.
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